História

A história da Quinta do Ortigão remonta ao final do séc. XIX quando a família Alegre, com raízes fundas na Bairrada, se inicia na produção de espumante. Desde então e ao longo de quatro gerações que a família se dedica à produção de vinho espumante e de mesa em Anadia, no coração da região. Com uma forte identidade bairradina, os vinhos da Quinta do Ortigão pretendem levar ao consumidor o melhor que a região consegue produzir.

Pioneiros na produção de espumante em Portugal

No final do Século XIX os meios técnicos e os recursos económicos eram reduzidos, contudo com grande determinação Justino de Sampaio Alegre, um homem inteligente e dinâmico, comerciante e industrial dos mais considerados em toda a região da Bairrada, fundou as Caves Monte Crasto em Anadia. As vinhas desta região foram atacadas pela terrível “filoxera” e a principal atividade desta região ficou gravemente comprometida.

Era necessário recuperar as vinhas com a replantação de novas cepas e renovação das existentes. Justino de Sampaio Alegre não hesitou e movido pelo seu temperamento ousado, foi para França com o objetivo de estudar e ter contacto com os mais modernos processos de cura da terrível doença que afetava as vinhas. Aquando do seu regresso, iniciou o trabalho na recuperação das vinhas, implementando todos os conhecimentos adquiridos em França.

Foi pioneiro na indústria do espumante em Portugal, soube trabalhar de forma a levar o nome das Caves e de Portugal além-fronteiras com a obtenção das mais altas distinções em Concursos Internacionais em que participou com os seus espumantes, nomeadamente na Exposição Universal de Paris, em 1990, onde foram premiados com a Medalha de Ouro, competindo com as mais famosas Caves de França.

Em 1935 Augusto Brandão Alegre recebeu a herança de continuar a obra de valorização da atividade e a expansão dos vinhos espumantes, iniciada pelo seu pai. Ele veio a revelar-se um grande administrador que implementou um período de grande renovação e um aumento significativo da capacidade produtiva. Em 1956, entregou a gestão das Caves aos seus filhos e também o exemplo de um homem de trabalho, de perseverança e de honestidade. O seu filho Manuel Pereira Alegre, saiu da Administração das Caves Monte Crasto e recebeu de herança em 1972, a Quinta do Ortigão, até então um campo experimental, pelo que houve a necessidade de realizar a reestruturação do património vinícola aqui existente.

Com os conhecimentos adquiridos nos Cursos de Enologia que frequentou em Epernay, região de Champagne, e nas Caves Monte Crasto e ainda as características de personalidade que herdou do  seu avô e do seu pai, a audácia, a perseverança e a coragem, inicia a produção de espumantes na Quinta do Ortigão. Em 1998 e já com a vinha mais organizada, surgiu a necessidade de construir uma adega de modo a dar resposta às solicitações do mercado. Em 1999, Pedro Alegre assumiu a gestão da propriedade e, com a ajuda dos seus irmãos deram início ao processo de remodelação e extensão das vinhas, bem como ao projeto de produção de Vinhos da Bairrada Denominação de Origem Controlada (DOC). É a quarta geração da família dedicada à produção de  vinho. 

Em 2020 começa um novo ciclo quando as dinâmicas famílias de Paulo Pereira, Maria do Céu Gonçalves e Álvaro Lopes adquirem a Quinta do Ortigão com um claro foco em valorizar a qualidade dos vinhos e dinamizar o enoturismo.